Thursday, September 03, 2009

País e cidadãos sobrevalorizados

Como podem ser os Portugueses felizes, inteligentes? O salário mínimo é de quatrocentos e qualquer coisa. Idas ao cinema, ao teatro, compra de livros ou CD's ou DVD's? Dará? O Português está na posição para o poder fazer, sem ter de contar os tostões para os bens basilares de sobrevivência? Se faz umas férias extravagantes, e note-se que por extravagantes não se implica que se saia do país ou se vá para uma pousada ou hotel de cinco estrelas, enfim, como dizia se faz umas férias extravagantes com todos os membros da sua família núcleo, a quantia dispendida será muito provavelmente reposta num horizonte longínquo, e doloroso também, só de pensar que terá de passar por todo este esforço de dez, onze meses por uma ou duas semanas de descanso que, pesando todas estes factores, torna-se artificial. No meio do frenesim laboral, familiar, doméstico, do aperto financeiro, resta tempo para parar e observar? Aperceber-se do que conseguiu alcançar? Se nem o próprio cidadão deste país sabe do seu próprio valor, como poderá sorrir? Assim, não admira que Portugal seja tão bonito mas apreciado e visitado essencialmente pelos que vêm de fora. Assim, não admira que se diga que os Portugueses não são felizes, nem inteligentes.